A educação daqui a dez anos...utopia ou realidade????
No texto de José Manuel Moran relata a vida agitada de um professor universitário daqui a dez anos. Ele sai de uma sala virtual para outra, intercalando entre cursos de graduação e pós graduação sem sair de sua própria sala. Conta com vários assistentes pedagógicos para atender a seus alunos virtuais, tirando dúvidas e postando atividades. Seu aparato de ensino não se resume apenas em livros, lousa e canetões. São cameras, equipe pedagógica de apoio, equipe de produção, i-phone, notebook, webcam, celular com transmissão digital de tv, enfim, um mundo completamente diferente do que vivemos atualmente, dez anos antes.
Diga-se de passagem, ele se dá ao luxo de fazer pós-doutorado na Espanha, sem sair de casa e ainda ser professor colaborador da Universidade a qual estuda lá, via web.
Uma situação difícil de imaginar, já que diante de tanta correria, ele mal sai de seu escritório. Mas e o conteúdo pedagógico de suas aulas como que fica? E seus alunos? As dúvidas tidas na resolução das atividades?
Naturalmente você deve estar se perguntando como é possível alguém acrescer seu conhecimento totalmente a distância. Que é muito melhor ter um professor na sua frente em cerne e osso para tirar suas dúvidas no exato momento em que elas acontecem é fato. Mas isso gera uma situação um tanto cômoda. Já fui aluna de curso frequentado (Tecnologia em Informática) e hoje curso um curso a distância (Licenciatura em Matemática). Duas área bem complicadinhas. Mas se me perguntarem se o conhecimento adquirido em ambas tem muita diferença logo direi: é o mesmo. A diferença é que na frequentada no exato momento da dúvida alguém resolvia ela para mim ou pelo menos me deixava pistas. Na a distância aprendi a ser autodidata. Precisa-se e muito ser autodidata e ter disciplina, coisa que muitas vezes não se aprende em universidades frequentadas.
O fato é que tanta mudança provoca também nos educadores a tendência a busca de conhecimentos seja ela da fonte que vier. É preciso ser rápido a medida que as coisas evoluem. Se perder algo em um piscar de olhos já fara diferença. É preciso desenvolver em nossos educadores a sede de conhecimento adormecida, a atualização constante e porque não dizer, formação continuada, inserindo o mesmo nesses meios tecnológicos fazendo assim que a tecnologia não seja um bicho de sete cabeças que veio para bagunçar a vida de todo mundo.
Claro, algumas considerações devem ser feitas diante deste contexto. Educação a distância só pode ser inseridas para adultos. Nossos alunos adolescentes e crianças não podem nem devem ser inseridos em uma educação totalmente digital. Eles precisam de convívio, de calor humano para crescer pessoalmente. Como o próprio autor do texto cita no final, o professor em questão sentia as vezes um vazio, uma falta de calor humano. Isso não podemos deixar de faltar a nossos alunos, porém, inserí-los em novas tecnologias e nos inserirmos também é essencial.
Texto extraído de http://www.eca.usp.br/prof/moran/agitado.htm.
José Manuel Moran é Especialista em Mudanças na Educação Presencial e a Distância.
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